No Dia dos Pais, Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista abrangente em que discutiu as recentes prisões de seus ex-auxiliares e compartilhou suas percepções sobre a situação. Em um bate-papo com o canal Te Atualizei, o ex-presidente expressou suas opiniões a respeito das detenções de colaboradores próximos, ressaltando alegações de que as prisões têm como objetivo promover acordos de delação e prejudicá-lo pessoalmente.
Sem mencionar diretamente a operação recente da Polícia Federal, deflagrada na sexta-feira passada (11), que investiga alegações de um esquema ilegal de venda de joias, Bolsonaro abordou as prisões de seus ex-assessores, o tenente-coronel Mauro Cid e o sargento Luis Marcos dos Reis. Ele enfatizou que, embora não tenham sido diretamente ligados a ele, essas prisões, se comprovadas culpabilidade, não justificam as medidas de prisão preventiva aplicadas. “Tem outros dois que não eram diretos meus, mas estão presos: o Cid e o sargento [Luis Marcos] dos Reis, cuja punição, se forem culpados, não seria passível dessa preventiva que estão sofrendo agora. Um objetivo é uma delação premiada, e o outro é me atingir.”
Apesar de sua clara reação às prisões de seus ex-colaboradores, Bolsonaro não fez menção à Operação Lucas 12:2, realizada recentemente pela Polícia Federal, que incluiu buscas e apreensões nos endereços de Mauro Cid. Essa operação foca em uma investigação sobre um suposto esquema de venda ilegal de presentes e joias que Bolsonaro teria recebido durante seu mandato presidencial. De acordo com as autoridades, essa organização envolveu o tenente Osmar Crivelatti e também o pai de Cid, o general da reserva Mauro Lourena Cid. A investigação aponta para o uso de aeronaves da FAB para transportar presentes destinados a Bolsonaro para fora do país, posteriormente comercializados em leilões e casas de penhor. Entre os itens comercializados destacam-se um relógio Patek Phillipe e um Rolex, sendo o último recomprado pelo advogado Frederick Wassef, de acordo com as investigações.