Segundo informações apuradas nos bastidores do Congresso Nacional, senadores afirmam, em conversas reservadas, que a situação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes passou a ser considerada politicamente insustentável. De acordo com parlamentares, a possibilidade de impeachment, antes tratada como tabu, começou a ser discutida com mais naturalidade no Senado.
O desconforto teve início após a revelação de que o escritório de advocacia da esposa do ministro manteve um contrato com o Banco Master que teria alcançado R$ 129 milhões. O vínculo financeiro familiar ganhou repercussão em meio a investigações e suspeitas de fraudes bilionárias envolvendo a instituição financeira, gerando incômodo imediato entre senadores de diferentes partidos.
A situação se agravou após reportagens da jornalista Malu Gaspar apontarem que o próprio Alexandre de Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao menos quatro vezes, três por telefone e uma em encontro presencial, durante o período em que o caso do banco estava em evidência. Para parlamentares, a interlocução direta com a autoridade monetária reforçou questionamentos sobre possível conflito de interesses.
Nesse contexto, o pedido de impeachment já protocolado pela senadora Damares Alves passou a refletir um sentimento que, segundo relatos, já circulava de forma reservada entre parlamentares, inclusive do centrão. A avaliação predominante é que, caso as explicações públicas não sejam consideradas satisfatórias ou surjam novos fatos, o avanço do processo pode se tornar inevitável.








