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Após quase 10 horas de júri, assassino de advogada é condenado a mais de 32 anos de prisão

Foto: MPAL

Na noite desta terça-feira (6) José Alisson Bezerra da Silva, acusado de assassinar friamente e esposa e advogada Maria Aparecida da Silva, com 14 facadas, em julho de 2022, em Maceió, foi condenado a 32 anos e oito meses de prisão em regime fechado.

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Durante o julgamento, um dos depoimentos mais marcantes foi o da filha Ana Beatriz, hoje com 15 anos. A acusação teve a atuação do promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, que teve como assistentes Raimundo Palmeira e Thiago Cavalcante. A acusação sustentou a tese de crime por motivo torpe, meio cruel e feminicídio, sendo as três qualificadoras acatadas.

“Queria dizer para a minha mãe que não vou desistir dela. Lutarei por ela até a condenação daquele homem”, a fala é de Ana Beatriz. A defesa tentou suspender o júri depois que um médico psiquiátrico arrolado como testemunha do réu foi dispensado pelo juiz.

A alegação foi a de que o cliente tinha problemas mentais, portanto precisaria da afirmação do profissional que teria mantido contato com o réu apenas uma vez e encaminhado para avaliação de um psicólogo. O que foi provado pela acusação.

O promotor de Justiça Antônio Vilas Boas sustentou durante todo o júri que o réu não era inimputável ou semi-imputável , e que agiu friamente quando ceifou a vida da advogada. Ele apresentou ao Conselho de Sentença imagens chocantes da cena do crime. 

“A defesa esteve o tempo todo tentando convencer o conselho de sentença de que o réu não gozava de sua sanidade mental e nós provamos que não havia laudo algum afirmando isso, apenas um atestado do psiquiatra que arrolaram, e que somente o viu uma vez, que não atestou anomalia e sim que o réu tinha teria aparente depressão por ansiedade e encaminhando o assassino para um psicólogo. Estava claro que foi tudo premeditado. O depoimento da filha Beatriz foi comovente, a dor estava estampada na face daquela adolescente órfã que relatou agressões verbais terríveis dele com a Maria Aparecida, além de falar sobre as físicas até com uma senhora de mais de 80 anos, no caso a mãe da vítima. Foi exaustivo, mas estávamos respaldados e desbancamos todas as tentativas da defesa de inocentar seu cliente. O Ministério Público, na verdade, não acusou o Alisson, defendeu a vítima para que a justiça fosse feita e amenizasse a dor da família”, declara o promotor de Justiça”, enfatiza Vilas Boas.

Pela acusação três pessoas prestaram depoimentos, já a defesa teria arrolado oito e somente duas foram ouvidas. O psiquiatra não chegou a concluir o depoimento.

Família

A irmã da vítima, Cleonice das Dores Silva, disse que a condenação alivia um pouco da dor pela perda da irmã e que, por ela, e pelos filhos órfãos, a justiça foi feita.

“Estamos felizes porque a justiça foi feita, graças a Deus e em nome da minha irmã, dos meus sobrinhos e de toda nossa família. Minha irmã foi muito agredida, sofreu muito e terminou dessa forma cruel. Nunca mais seremos os mesmos. Mas, sairemos daqui com os corações mais aliviados, a justiça da terra já foi feita, ainda resta a do céu”, diz Cleonice.

Com assessoria 

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