Pare tudo: a Confederação Brasileira de Futebol acaba de aprovar a primeira camisa reserva vermelha da história recente da Seleção. A informação, vazada por sites especializados e confirmada por dirigentes, foi chancelada pelo presidente Ednaldo Rodrigues ainda no ano passado, mas só agora veio à tona — e já sacudiu Brasília, o Twitter, a Faria Lima e até aquele grupo de família onde política rende mais treta que final de campeonato.
QUEM RI POR ÚLTIMO? A NIKE!
No jogo do dinheiro, o placar é elástico: quem marca o hat-trick é a Nike (e sua subsidiária hype Jordan Brand). A fornecedora, que detém o contrato até 2038, enxergou um filão de ouro: vender amarelo “raiz” para quem se sente à direita do espectro e, agora, vermelho “revolução” para quem se orgulha da esquerda. Duas torcidas, duas cores, um só caixa registrando lucros recordes. Analistas de marketing esportivo já chamam a jogada de “o maior 7 × 1 publicitário de todos os tempos”.
A GUERRA DE CORES VIROU MERCADO
Você achou que estava comprando uma camisa da Seleção. Na verdade, comprou um símbolo político.Mas quem está rindo por último?
A Nike.
Porque no final, meu amigo… o capitalismo não tem ideologia. Tem faturamento.
Enquanto você discute, a Nike lucra.
Você não precisa acreditar, mas os números vão te convencer, aconteceu com a tradicional amarela, impulsionada por um novo grupo que decidiu “reivindicar o patriotismo” ou simplesmente reafirmar sua identidade política. Resultado? A Nike vende para os dois lados. A Nike vence. O capitalismo vence.
E o mais irônico? Não há lado nessa história. Não há mocinho nem vilão. Há mercado. E mercado não tem ideologia. Mercado tem estratégia.
TRADIÇÃO? SÓ SE DER LIKE!
Os saudosistas gritam: “Aí não! Azul é nossa história!”. Mas a verdade dói: o Brasil já vestiu vermelho entre 1917 e 1919 — e, pasme, sobreviveu. Na era da hiper-viralização, porém, a cor causa alvoroço não pelo passado, e sim pelo engajamento que gera no presente: a cada tweet indignado nasce um novo carrinho de compras cheio.
MILHÕES NA CONTA, ZERO IDEOLOGIA
Se campo é lugar de paixão, a planilha é território gelado: CEOs não rezam cartilha vermelha, azul ou amarela. Rezam a do ROI. E o algoritmo indica que vendendo duas identidades ao mesmo tempo, o tíquete médio dispara, o estoque zera em horas e o trimestre fecha verde (na cor do lucro, não da bandeira).
Moral da história: enquanto você briga no churrasco se “vermelhou a Seleção”, Wall Street celebra o cash-out. Porque, no frigir dos ovos, o capitalismo não tem ideologia — ele tem boleto, meta e acionista.
E AGORA, TORCEDOR?
• Vai boicotar a camisa “inimiga” — ou vai acabar comprando as duas, “só pra coleção”?
• Vai pedir impeachment de cartola — ou vai torcer para que a estreia do novo manto renda curtidas épicas no Instagram?
• Vai xingar a Nike — ou vai parcelar no cartão em doze vezes sem juros?
Seja qual for a resposta, lembre-se: cada clique, cada rage post, cada thread inflamado é combustível para o motor que só reconhece uma cor — o verde fluorescente do dólar.
Enquanto você discute política na arquibancada virtual, a Nike triplica o faturamento. Porque, meu caro, na vitrine do mercado, direita e esquerda vestem o mesmo número: R$ 399,90.
Texto: Prof. Me. Diego Farias