A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, afirmou nesta terça-feira (19) que não há confirmação sobre a participação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na conferência do clima que será realizada em Belém (PA). Segundo ela, os indicativos são negativos, já que o governo norte-americano “não mostrou nenhum interesse” no evento e se retirou do Acordo de Paris em janeiro deste ano. A declaração foi feita durante o Climate & Impact Summit Latin America, promovido pelo Financial Times e pela emissora americana CNBC.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ter enviado uma carta a Trump para convidá-lo para o encontro. Lula declarou ainda que pode se reunir com o líder americano em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Apesar disso, as expectativas sobre a presença do republicano em Belém permanecem baixas. “Os EUA são imprevisíveis, pode acontecer uma surpresa do dia para a noite, mas não sabemos”, afirmou Ana Toni.
A conferência tem enfrentado dificuldades logísticas, sobretudo relacionadas à hospedagem. Os altos preços de hotéis em Belém e a falta de oferta de acomodações levaram a Defensoria Pública do Pará a notificar plataformas de reservas por anúncios abusivos. Relatos indicam que diárias simples chegam a superar valores cobrados em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. O problema levou a ONU e a Secretaria Extraordinária da COP30 a iniciar reuniões emergenciais para buscar soluções.
O Observatório do Clima, maior rede de ONGs ambientais do país, publicou uma carta aberta no último dia 12 alertando que a conferência corre o risco de ser “a mais excludente da história”. Segundo a entidade, os custos elevados podem reduzir a presença de delegações internacionais, principalmente de países mais pobres, o que comprometeria a legitimidade das negociações. Delegações de diferentes nações, incluindo a Áustria, já indicaram dificuldades para enviar representantes ao evento.
