A Polícia Federal concluiu que uma organização criminosa atuou dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar autoridades públicas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os alvos da espionagem estão os políticos alagoanos Arthur Lira (PP), então presidente da Câmara dos Deputados, e o senador Renan Calheiros (MDB).
Segundo a investigação, celulares e computadores foram invadidos ilegalmente, sem autorização judicial, por meio da ferramenta FirstMile. O esquema também monitorava ministros do STF, como Alexandre de Moraes, além de jornalistas e outros membros dos Três Poderes. A PF aponta que Bolsonaro sabia da operação e se beneficiava do material coletado.
A investigação resultou na operação “Última Milha”, deflagrada em 2024, e autorizada por Moraes no âmbito do inquérito das fake news. O uso da Abin para fins pessoais e políticos levanta novo debate sobre a necessidade urgente de reforma no sistema de inteligência nacional.
Em uma publicação nas redes sociais, o Senador Renan Calheiros afirmou que o motivo que ele foi espionado partiu da sua relatoria na CPI da Covid. “A chamada ABIN paralela espionou ilegalmente toda a cúpula da CPI da COVID, da qual fui relator. Na sabatina do atual diretor do órgão, em maio de 2023, chamei a atenção para os desvios na Abin. Mais de 30 foram indicados por espionagem política.”, disse o parlamentar.
Já o caso de Arthur Lira, acredita-se, que por seu comando da Câmara dos Deputados, na época, ele poderia ser um dos alvos da investigação paralela da Abin.










