8 de dezembro de 2025
Carregando...

Fale com a redação e faça sua sugestão de pauta

Sexta-feira 13: mito ou maldição? Entenda por que a data é temida até hoje

Gato preto

Ao redor do mundo, a sexta-feira 13 é cercada de mistérios, medo e superstições. Associada à má sorte, à morte e ao desconhecido, a data tem origem em uma combinação de fatores históricos, religiosos e culturais. Mas será que essa fama de “amaldiçoada” tem fundamento na realidade? De acordo com estudos científicos recentes, a resposta é não.

Apesar da fama de “amaldiçoada”, a sexta-feira 13 não representa risco maior à saúde pública do que qualquer outra data do calendário. Diversos estudos internacionais analisaram prontuários médicos, registros de acidentes e dados hospitalares e concluíram que não há evidência científica que comprove aumento de infartos, erros cirúrgicos ou acidentes graves na data.

A associação negativa com o número 13 remonta à tradição cristã. Segundo uma das versões mais difundidas, Jesus teria celebrado a Última Ceia com 12 discípulos, totalizando 13 pessoas na mesa, na quinta-feira, sendo crucificado no dia seguinte, uma sexta-feira. A partir daí, sexta-feira e o número 13 passaram a carregar simbologias de tragédia e traição. No campo histórico, uma das teorias remonta à perseguição aos templários, quando, em 13 de outubro de 1307, cavaleiros da ordem foram presos a mando do rei Felipe IV da França, sob influência da Igreja, mais um episódio trágico associado à data.

A “histeria moderna” em torno da sexta-feira 13, no entanto, só ganhou corpo a partir do século 20. Em 1907, o escritor americano Thomas Lawson publicou o livro Friday, the Thirteenth, em que um corretor de Wall Street usa a superstição da data para manipular e quebrar o mercado financeiro. O sucesso da obra reforçou a crença popular e pavimentou o caminho para o que viria a seguir.

Foi no cinema, porém, que a sexta-feira 13 se eternizou como sinônimo de terror. Em 1980, o filme Friday the 13th (Sexta-feira 13, no Brasil) estreou nos cinemas norte-americanos, apresentando ao público o vilão Jason Voorhees, um assassino mascarado que se tornou ícone da cultura pop. O sucesso gerou uma franquia com mais de dez sequências, reforçando ainda mais o imaginário de que a data estaria associada a tragédias e mortes. Desde então, a sexta-feira 13 passou a ser temida, celebrada e até mesmo usada como tema de festas e campanhas publicitárias.

Apesar disso, quando se olha para os dados da ciência, a “maldição” não se confirma. Um estudo publicado em 2024 na Annals of Surgery Open, liderado por Sanjana Ranganathan, do Houston Methodist Hospital, analisou quase 20 mil cirurgias realizadas em sextas-feiras 13 e concluiu que não há aumento de complicações médicas, reinternações ou mortes quando comparadas a outras datas semelhantes.

Para a ciência, trata-se apenas de mais um dia no calendário, mas para o imaginário coletivo, continuará sendo uma data marcada pelo medo e pela superstição.