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Renildo Evangelista Lima, preso pela Polícia Federal em setembro após ser flagrado com dinheiro na cueca, conseguiu, apenas quatro meses depois, um contrato de R$ 15,8 milhões com o Ministério da Saúde. O acordo, assinado em janeiro deste ano, tem duração de 12 meses e prevê o transporte aéreo para o SUS na Terra Yanomami, no Norte do país. Renildo é dono da Voare Táxi Aéreo e marido da deputada federal Helena Lima, conhecida como “Helena da Asatur”, eleita por Roraima e filiada ao MDB, partido que compõe a base do governo Lula.
A deputada mantém proximidade com o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), e sua antecessora, Nísia Trindade. A empresa Voare afirma que a operação da PF que apreendeu R$ 500 mil com Renildo e mais cinco pessoas foi “ilegal” e que o empresário já obteve uma decisão judicial garantindo sua liberdade. O Ministério da Saúde, que autorizou o contrato milionário mesmo após as denúncias, foi procurado, mas não se manifestou sobre o caso.
O episódio levanta questionamentos sobre o critério de escolha das empresas contratadas pelo governo, especialmente em casos envolvendo suspeitos de corrupção. A proximidade de Helena Lima com membros do alto escalão da Saúde reforça as suspeitas de favorecimento. Enquanto isso, a Voare tenta justificar a legalidade do contrato, afirmando que apresentou toda a documentação necessária às autoridades.
