Nesta terça-feira (14), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirmou o uso de um software espião para monitorar a localização de qualquer pessoa por meio do número de celular durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O contrato referente ao uso do programa foi encerrado em maio de 2021. Segundo informações publicadas pelo jornal “O Globo”, a ferramenta permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses.O deputado federal e diretor da Abin no governo passado, Alexandre Ramagem, afirmou que o uso do programa não configurou irregularidade. Por outro lado, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o uso do programa pela Abin é grave e que o fato precisa ser apurado. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a base política do governo Lula vai pedir investigações junto à Comissão de Controle das Atividades de Inteligência e a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
O atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que sob a nova gestão “toda lei será respeitada”. Ele disse que se algo foi feito no passado, sem conformidade com a lei, isso será levado aos órgãos responsáveis para que sejam tomadas as devidas providências. A Abin afirmou que está em processo de aperfeiçoamento e revisão de seus normativos internos, em consonância com o interesse público e o compromisso com o Estado Democrático de Direito.