Em recente pronunciamento, o superintendente do Governo Federal, Cauê Castro, manifestou insatisfação com a postura de alguns vereadores de Maceió. Castro destacou a incoerência entre o apoio de parlamentares à realocação dos moradores das comunidades dos Flexais e a resistência em instaurar uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as ações da mineradora Braskem na região.
Apesar do consenso sobre a urgência da realocação, a Câmara Municipal de Maceió rejeitou a abertura de uma CEI, proposta pela Vereadora Teca Nelma, destinada a investigar os possíveis crimes ambientais e sociais cometidos pela Braskem. Essa decisão gerou críticas de diversos setores da sociedade, incluindo o superintendente, que apontou a contradição na postura dos vereadores.
“É inadmissível que, por um lado, os vereadores reconheçam a gravidade da situação dos moradores dos Flexais e, por outro, se recusem a instaurar uma CEI que apure a fundo as responsabilidades da Braskem nesse desastre. A população merece transparência e justiça”, afirmou Castro.
A situação nos Flexais tem sido tema de intenso debate desde que estudos apontaram o agravamento das condições de habitabilidade na região, atribuídas às atividades de mineração da Braskem. Moradores relatam rachaduras em suas residências, afundamentos de solo e um crescente isolamento socioeconômico, resultante da desocupação de bairros vizinhos.
“Uma CEI dá poder à Câmara para convocar testemunhas, requisitar documentos, realizar inspeções, coletar provas e apontar possíveis culpados. Ou seja, dá mais forças para acompanhamento efetivo do poder legislativo municipal. Por quê ser contra isso?” Pontuou Cauê.