A decisão do presidente Lula de vetar partes do Projeto de renegociação de dívidas estaduais, o Propag, gerou forte reação de governadores, sobretudo de estados endividados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que agora consideram não aderir ao programa. O prazo para adesão termina em 31 de dezembro, e as críticas apontam que os vetos comprometeram a atratividade do programa.
Os principais vetos de Lula eliminaram a possibilidade de estados em Regime de Recuperação Fiscal (RRF) acessarem benefícios do Propag e proibiram o uso do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), criado na reforma tributária, para abater parte das dívidas. Governadores como Eduardo Leite (PSDB-RS) e Cláudio Castro (PL-RJ) expressaram indignação e preocupação, e acusam o governo federal de falta de diálogo institucional.
Romeu Zema (Novo-MG) também criticou duramente os vetos, alegando que eles impõem custos adicionais de R$ 5 bilhões a Minas Gerais nos próximos dois anos. Ele acusou o governo federal de priorizar gastos com privilégios em vez de auxiliar os estados. Sem os vetos, Minas poderia reduzir sua dívida de R$ 581,2 bilhões para R$ 293,6 bilhões em 30 anos com o Propag. Enquanto isso, São Paulo, que mantém pagamentos em dia, deve se beneficiar da redução de encargos futuros. O ato estabeleceria favorecimento político para Tarcísio de Freitas (Republicanos), potencial candidato á Presidência da República.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu o programa destacando a redução dos juros como benefício significativo e pediu aos estados que aproveitem a oportunidade.