Em meio a uma crise interna que ameaça sua existência, o PDT enfrenta a dura realidade de um possível desaparecimento. Neste cenário, as críticas de seu principal líder, Ciro Gomes, ao presidente Lula e ao PT, o transformaram no alvo das frustrações dentro do partido. A situação revela um dilema inerente à política: é difícil criticar líderes idolatrados sem sofrer retaliações. Aqueles que se posicionam contra o PT enfrentam ataques de ambos os lados, tornando-se alvo fácil em um ambiente tão polarizado.
Entretanto, a questão que se impõe é: Ciro Gomes é realmente o culpado pela crise do PDT, ou o partido se apequenou ao se alinhar incondicionalmente ao PT? A má gestão e a constante subordinação do PDT ao PT têm minado sua autonomia e identidade, reduzindo-o a um mero coadjuvante nas eleições. A decisão de apoiar o PT nas últimas eleições foi um golpe na coesão do partido, e, enquanto Ciro Gomes tentava erguer sua candidatura à presidência de forma isolada, o resto do partido se alinhou com o PT, aprofundando a crise interna.
Além disso, a crítica a Ciro por apoiar um candidato do PL em Fortaleza contra um candidato do PT levanta questões sobre a hipocrisia das acusações. O PT também busca alianças com partidos de direita em diversas disputas eleitorais, evidenciando contradições em sua estratégia. Não podendo esquecer da aproximação de Boulos em São Paulo a Pablo Marçal.
Em última análise, a trajetória do PDT e a figura de Ciro Gomes revelam uma complexa interação entre liderança, críticas e as escolhas que moldaram o destino do partido. O futuro do PDT dependerá de sua capacidade de se reinventar e encontrar uma nova identidade que vá além da sombra do PT.