O senador Renan Calheiros (MDB) segue empenhado em tentar, a todo custo, atribuir ao prefeito de Maceió, JHC, qualquer responsabilidade pelos danos causados pela Braskem na capital alagoana, o que soa, no mínimo, contraditório. Afinal, quem está sob investigação na CPI da Braskem é o seu aliado Gustavo Lopes, presidente do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), órgão responsável por fiscalizar e conceder as licenças de funcionamento à mineradora.
Inclusive, as licenças de exploração da salgema continuavam sendo autorizadas pelo IMA/AL durante os quase oito anos de mandato do seu filho Renan, então governador de Alagoas e atual ministro dos Transportes. Para continuar refrescando a memória, vale lembrar que Renan Filho recebeu mais de R$ 4 milhões em indenizações para uma de suas empresas, localizada na região do afundamento do solo causado pela Braskem, valor muito superior à média recebida pelos moradores.
Durante a Operação Lágrimas de Sal, deflagrada em dezembro de 2023, a Polícia Federal (PF) já havia constatado que as atividades da mineradora realizadas durante a gestão de Renan Filho não tinham seguido os parâmetros de segurança previstos na literatura científica para garantir a estabilidade das minas e a segurança da população.
No relatório final entregue pela CPI, o IMA é criticado pela omissão na fiscalização da atividade petroquímica em Maceió e, mesmo após ter multado a mineradora de forma irrisória, o órgão voltou atrás, anulando a multa. Pelo levantamento histórico, acho que já deu para ter ideia do que Renan Pai quer tanto se livrar ao tentar desviar o alvo dos responsáveis pelo maior crime socioambiental em zona urbana no mundo.