Os trabalhos da Mineração Vale Verde têm deixado a população e os órgãos responsáveis em alerta devido à quantidade de tremores de terra que ocorrem nos municípios de Craíbas e Arapiraca, em Alagoas. O Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) confirmou tremores ocorridos no Povoado Serrote da Laje. A sede da mineradora está localizada no Sítio Lagoa do Mel, em Craíbas.
Os sensores do laboratório detectaram uma explosão de magnitude 2.0, às 15h00 do último dia 10 de maio. O LabSis também registrou tremores de terra na área rural de Craíbas, no mesmo horário. Na região, serviços monitoramento registram as movimentações sísmicas 24h por dia. O geofísico da UFRN, Eduardo Menezes, explica que os tremores são geralmente ocasionados de forma natural pela movimentação terrestre, mas alguns abalos podem ser induzidos por explosões em mineradoras.
“A atividade mineradora é fundamental para o desenvolvimento econômico do país. Mas é essencial o monitoramento e acompanhamento seguro e um mapa geológico das falhas e zonas de cisalhamento na região. Quando se retira material do subsolo, se desestrutura, desestabiliza o solo em alguns locais. Por isso é importante fazer esses estudos, para que possa ter essa paridade e, com isso, evitar e mitigar problemas futuros”, afirmou.
Desde 2022, moradores da região alertam sobre rachaduras em casas localizadas perto do Povoado Serrote da Laje. Segundo eles, as rachaduras foram causadas pela atividade da Mineradora Vale Verde para extração de cobre. A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL), no município de Craíbas, oficiou à Mineradora na semana passada, solicitando informações e providências sobre os deslizamentos de terra também registrados na área pertencente à empresa.
