Em 2022, Alagoas teve um aumento de 166% de registros de conflitos no campo em relação a 2021. Segundo informações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o estado tem cerca de 10 mil famílias acampadas aguardando a efetivação da política de reforma agrária. Os dados foram disponibilizados pela coordenadora nacional do MST, Débora Nunes.
Em maioria, as informações registradas pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduino (Cedoc-CPT) foram enquadradas na subcategoria conflitos por terra. O crescimento foi de 166,66%. O relatório anual Conflitos no Campo Brasil 2022 apontou 27 registros envolvendo 9.776 pessoas. No ano anterior, foram verificados 16 casos envolvendo 17.466 pessoas. Os números sobre o ano de 2023 ainda não estão disponíveis.
“O baixo orçamento governamental, os limites estruturais e a atuação da bancada ruralista no Congresso que busca de todas as formas inviabilizar a política nacional de reforma agrária são alguns dos impedimentos para o avanço da política de reforma agrária”, detalhou Débora Nunes.
Os números deixaram Alagoas na quinta posição no ranking sobre as manifestações de resistência e luta por direitos no nordeste, sejam por protestos nas ruas ou ações de solidariedade. No Brasil, o estado assumiu a 6° posição. Foram 50 ocorrências de manifestações envolvendo 12.400 pessoas, a média é de mais de quatro ações por mês.