O Brasil encerrou o ano de 2023 com uma deterioração em sua posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), principal indicador mundial sobre corrupção, conforme divulgado pela Transparência Internacional nesta terça-feira (30/1). Comparado a 2022, o país teve uma variação negativa de dois pontos, passando de 38 para 36, e caindo dez posições no ranking do IPC, saindo do 94º para o 104º lugar entre 180 países avaliados. Quanto mais próximo de 100, menor é o nível de corrupção de um país no índice.
Com esse desempenho, o Brasil se encontrou ao lado de nações como Argélia, Sérvia e Ucrânia. O índice brasileiro ficou abaixo das médias global (43 pontos) e das Américas (43 pontos), assim como dos 48 pontos de média de países classificados como “democracias falhas” pela Transparência Internacional Brasil. Além disso, ficou abaixo da média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que atingiram 66 pontos.
Os líderes do ranking em 2023 foram Dinamarca (90 pontos), Finlândia (87), Nova Zelândia (85), Noruega (84) e Cingapura (83). As avaliações mais baixas foram para Somália (11 pontos), Venezuela, Síria e Sudão do Sul (13 pontos cada), e Iêmen (16).
O relatório da Transparência Internacional destaca fatores que contribuíram para a imagem negativa do Brasil, incluindo a nomeação de Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula, para o STF, a escolha do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, fora da lista tríplice, decisões do Supremo que anularam provas do acordo de leniência da Odebrecht e multas em acordos firmados pelo grupo J&F, além do fortalecimento do Centrão.