A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre um prestador de serviço que fraudou o programa Desarma, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, desviando aproximadamente R$ 11 milhões dos cofres públicos. Tiago Mantognini, técnico de informática, encontra-se detido preventivamente desde dezembro de 2023, no Centro de Detenção Provisória de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
O programa Desarma, criado em 2011, oferece indenizações para aqueles que voluntariamente devolvem armas de fogo para serem destruídas. Utilizando a senha de um policial federal, Tiago forjava devoluções, desviando os pagamentos. Dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública indicam que ele aplicou o golpe mais de 27 mil vezes de janeiro de 2018 a dezembro de 2022, representando mais de 75% de todas as devoluções registradas no estado de São Paulo.
A descoberta da participação de Tiago no esquema ocorreu após o bloqueio da senha em janeiro de 2023. As investigações revelaram que ele continuava acessando o sistema após deixar de trabalhar para a Polícia Federal em 2013. O Ministério da Justiça destaca a importância do programa e afirma que serão implementadas correções para reforçar a segurança do sistema.
A defesa de Tiago admite parte dos crimes e assegura total colaboração com as autoridades. A Polícia Federal investiga agora como ele obteve o login, o valor total desviado e a possível participação do policial dono da senha no esquema. Tiago desviava o dinheiro para financiar uma vida de luxo, mantendo uma mansão, carros de alto padrão, viagens e coleções de armas e vídeo games, tudo sem declaração à Receita Federal.
As autoridades acreditam que Tiago, temendo pela própria segurança, passou a viver mais recluso, realizando saques nos bancos e instalando câmeras de vigilância na rua onde morava. A Polícia Federal espera recuperar cerca de 40% do valor desviado e prevê encerrar o inquérito ainda em janeiro.