O deputado federal Rafael Brito (MDB) enfrenta possíveis investigações nos próximos meses devido a suspeitas de gastos irregulares durante sua gestão como titular da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) em Alagoas. Durante o período de 2021 a 2022, Brito, apelidado de “Tio Rafa”, gastou impressionantes R$ 192 milhões na compra de livros didáticos para a rede pública estadual, que atende 166 mil alunos. Isso equivale a um gasto médio de R$ 1.156 por aluno, um número alarmante quando comparado aos gastos significativamente menores de outros estados, como Pernambuco.
Os órgãos de controle público estão examinando detalhadamente as despesas do ex-secretário para entender como ele justificou tal volume de gastos em livros didáticos, especialmente considerando que não há registros ou divulgações de entrega significativa de material didático em Alagoas. Além disso, mesmo com os gastos extravagantes, o estado apresentou o quarto pior desempenho do Brasil no ensino médio, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). Brito assumiu a Seduc em 2021, após uma série de mudanças na liderança da Educação Pública, mas não conseguiu melhorar os resultados, levantando questionamentos sobre sua gestão e as políticas educacionais implementadas durante seu mandato.
A situação se torna ainda mais controversa devido às iniciativas de Brito para promover programas educacionais, como o MOVA – Movimento Avança Mais, que inclui “aulões” itinerantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Apesar de suas tentativas de se apresentar como um defensor da educação, os números indicam que sua gestão como secretário de Educação deixou Alagoas em uma posição desfavorável, gerando críticas e levantando dúvidas sobre sua capacidade de liderar efetivamente no campo da educação pública. O caso continua a atrair a atenção pública, à medida que as investigações avançam.