Uma anotação encontrada no celular de Marília Ferreira, delegada da Polícia Federal e ex-braço direito de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, lança luz sobre uma alegada pressão após o primeiro turno das eleições para associar o PT a facções criminosas. O texto, localizado no bloco de notas do celular de Marília, descreve a apreensão de Torres em relação ao Nordeste, especialmente à Bahia, onde Lula conquistou mais de 72% dos votos válidos. Apesar disso, a delegada não encontrou evidências que sustentassem tal ligação entre o partido e organizações criminosas.
Marília e Torres estão sendo investigados devido às suspeitas de que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) teria organizado blitzes no segundo turno das eleições para prejudicar eleitores do PT e favorecer Jair Bolsonaro. As operações da PRF teriam sido planejadas com base em informações fornecidas por Marília, relacionadas aos locais onde Lula obteve mais de 75% dos votos no primeiro turno.
A anotação também revela a pressão exercida por Torres para que a Polícia Federal aumentasse seu efetivo durante o segundo turno. Segundo o texto, Torres considerou a substituição do então diretor-geral da corporação, Márcio Nunes, caso Bolsonaro fosse reeleito. A defesa de Marília alegou não ter conhecimento da anotação, enquanto a defesa de Torres não emitiu comentários sobre o assunto. A CPI também descobriu um tweet datado de 29 de outubro, sugerindo atividades da Polícia Rodoviária Federal para aumentar a abstenção no Nordeste, embora a autenticidade do tweet ainda não tenha sido confirmada.