O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve definir, nesta quarta-feira (30), as mudanças que fará no primeiro escalão. Há quase dois meses, uma “minirreforma ministerial” é esperada para atender a demandas de parlamentares do partido Progressista (PP) e do Republicanos. Publicamente, integrantes das duas legendas anunciaram nomes para ocupar postos de ministros. O impasse está nas pastas que serão oferecidas e na alocação dos substituídos.
Fontes do governo federal sinalizaram que o ministério de Portos e Aeroportos, hoje com o PSB, pode ser ocupado pelo deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-SE). Quanto ao PP, o deputado André Fufuca (PP-MA) é o nome indicado para chefiar uma pasta. Nos bastidores, integrantes da sigla têm deixado claro o interesse no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. No entanto, a pasta é tida como vitrine para Lula, por ser responsável por programas sociais, como o Bolsa Família. Além disso, tem à frente um aliado histórico, o senador Wellington Dias(PT-PI).
Uma alternativa ventilada por pessoas próximas ao presidente seria dividir o ministério em dois, levando o Bolsa Família para outra pasta. Mas isso não agrada ao PP.
No programa “Conversa com o Presidente”, transmitido pela internet nesta terça-feira (29), Lula sinalizou que, para resolver o imbróglio, pode criar um novo ministério. A pasta seria voltada para pequenas e médias empresas e cooperativas. “Estou propondo a criação do Ministério da Pequena e Média Empresa, das Cooperativas e dos Empreendedores Individuais, para que tenha um ministério específico para cuidar dessa gente que precisa de crédito e de oportunidade”, destacou.
A nova pasta pode ser chave na reforma ministerial. Também são esperadas mudanças na Caixa Econômica. A presidência, atualmente ocupada pela servidora de carreira Rita Serrano, iria para o PP. O tema é de interesse do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), que nesta terça-feira (29) esteve em reuniões para tratar da minirreforma. A avaliação de pessoas próximas a ele é de que o anúncio das mudanças tem demorado muito.