A região suscetível a desastres causados pela mineração da Braskem em Maceió está se expandindo, gerando preocupações renovadas. O fenômeno de subsidência, que provoca afundamento do solo e resulta em rachaduras em edifícios e vias, além de contínuos desgastes subterrâneos da água, está se agravando no bairro Bom Parto – quatro anos após a conclusão de um relatório que atribuiu de maneira inequívoca à petroquímica a responsabilidade pelos danos em cinco bairros da capital alagoana.
Desta vez, estima-se que o problema afetará entre 3 a 4 mil residentes do Bom Parto, cujas residências já estão listadas para realocação compulsória. Esses detalhes foram revelados por autoridades do governo de Alagoas durante uma reunião ocorrida no Ministério Público do Estado (MPE-AL) em 7 de agosto, enquanto discutiam o Projeto Flexais.
A expansão da área de risco no Bom Parto é evidenciada em um “novo” mapa que delineia a extensão da mais séria tragédia urbana já registrada no Brasil, de acordo com a professora Camila Prates, representante do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade Federal de Alagoas, que participou da reunião no MPE. No entanto, até o momento, os órgãos envolvidos na mitigação do problema, incluindo o Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual, Defensoria Pública da União (DPU) e Prefeitura de Maceió, ainda não tornaram o mapa público.