Temendo pela vida, a policial militar por Alagoas, Renata Figueiredo, gravou um vídeo e postou nas redes sociais para denunciar as ameaças que vem sofrendo do ex-marido, que chegou a apontar uma arma de fogo contra a cabeça dela. “O motivo do fim do meu relacionamento foi consequência de abusos e traições. Quando a gente sentou para conversar e terminar o relacionamento, ele pegou a arma, apontou na minha cabeça e só não me matou porque a minha filha começou a gritar desesperadamente”, contou a policial.
Ela é lotada num batalhão da cidade de Delmiro Gouveia e tem dois filhos com o acusado. Apesar dos 16 anos de relacionamento com episódios de violência, física e psicológica, o estopim aconteceu no início do mês, na cidade de Araripina, interior de Pernambuco, onde reside o ex-marido. No caso, ele chegou a disparar tiros para o alto durante a briga com a militar, chamando a atenção de outros moradores. A polícia local foi acionada, o homem preso, mas pagou R$3 mil de fiança e foi liberado.
“Eu só vim aqui porque eu estou temendo pela minha vida. Me senti na obrigação de contar um pouco da minha história e que esse vídeo possa encorajar mulheres, mães e vítimas de violência doméstica. Eu tenho duas crianças e está sendo muito difícil passar por tudo isso”, lamentou. O processo corre na Justiça de Pernambuco, mas não como tentativa de homicídio, e sim como violência psicológica.
Renata e o ex-esposo também empreendem em Araripina e ela tem receio de perder o que conquistou. “A gente começou do zero, a gente não tinha nada e eu cheguei a vender maracujá na feira até a gente abrir a primeira loja. Sempre apoiei ele, mas ele nunca me apoiou. Quando eu fiz faculdade, ele não foi na minha formatura, quando passei na academia de polícia, ele fez de tudo para eu desistir. E agora ele vem querendo tomar tudo de mim”, disse.