Walter Delgatti, o hacker envolvido em diversas ações de invasão e vazamento de dados, reiterou suas alegações de ter recebido R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos e alvarás de soltura falsos. O advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, divulgou essa informação após o depoimento do hacker à Polícia Federal em Brasília na última quarta-feira (16).
O advogado confirmou que Delgatti reafirmou a versão já apresentada em seu primeiro depoimento à PF, realizado em São Paulo no mês passado. Durante o depoimento mais recente, o hacker detalhou uma conversa e mencionou indivíduos próximos a Carla Zambelli que teriam participado da operação de invasão. “Além de confirmar, ele produziu mais provas no sentido de que ele está falando a verdade”, informou o advogado à imprensa. A defesa de Delgatti alega que os R$ 40 mil foram pagos por meio de depósitos bancários e dinheiro em espécie, entregues por um assessor de Zambelli.
Com as novas informações e provas apresentadas, a expectativa de Ariovaldo Moreira é que Delgatti seja liberado da prisão. O hacker, que havia sido detido em Araraquara (SP) desde o início deste mês, foi transferido para Brasília e conduzido à sede da Polícia Federal na capital federal. A defesa da deputada Carla Zambelli emitiu uma nota afirmando que se manifestará após analisar o conteúdo do depoimento e dos autos do caso. A deputada enfrenta acusações de envolvimento no episódio, mas nega qualquer irregularidade.
Delgatti também está programado para comparecer à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que ocorrerá nesta quinta-feira (17). A defesa solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o hacker possa permanecer em silêncio durante seu depoimento na comissão.