A violência doméstica é uma triste realidade que assola a sociedade, especialmente as mulheres, que são as principais vítimas desse problema. Buscando enfrentar essa situação e amparar as mulheres que sofrem com ela, a instrutora de tiro Raiza Lopes criou o projeto Medida Preventiva, que oferece cursos de defesa pessoal e capacitação profissional.
Com o objetivo de preparar as mulheres para o mercado de trabalho e proporcionar segurança e autonomia, o projeto tem se destacado por auxiliar na reconstrução de suas vidas. Um exemplo disso é a história de Gerlane Lima, uma jovem de 24 anos, residente no bairro Barro Duro, em Maceió, que vivia em um relacionamento abusivo e foi vítima de agressões.
A importância de divulgar o Medida Preventiva
Ao receber um convite de sua prima para conhecer o projeto Medida Preventiva por meio das redes sociais, Gerlane decidiu procurar ajuda. Ela relata: “Eu estava sofrendo pressão psicológica e não conseguia deixar meu ex-marido, mesmo tentando. Mas na semana passada, ele me enforcou na frente de nossa filha. Saí para pedir ajuda, mas ninguém se importou na rua. Fui para casa de uma amiga e pedi para chamarem a polícia, pois ele havia tomado meu celular.”
A jovem conta que depois desse episódio, foi à delegacia e agora está tentando recomeçar sua vida. Ela destaca o apoio da instrutora Raiza Lopes e afirma: “Só estou tendo o apoio de Raiza e da minha prima, a agressão aconteceu pela primeira e última vez”.
A instrutora do projeto social ressalta a importância do envolvimento dos advogados nessa causa, para auxiliar as mulheres que buscam ajuda. Ela afirma: “Precisamos desenvolver o projeto para que os advogados possam abranger mais direitos, como guarda e separação judicial, para que essas mulheres que não têm condições possam ter preferência, e os psicólogos possam trabalhar com elas, que carregam esses traumas”.
Frutos do encontro com as mulheres
No último sábado (15), ocorreu em Maceió o evento “Em Defesa da Mulher: unidas por um futuro sem violência”, tendo a participação de 30 mulheres e vários temas foram discutidos, entre eles: direitos das mulheres vítimas de violência amparada pela lei Maria da Penha; palestra sobre empreendedorismo falando sobre a importância de ter sua renda própria; instruções teóricas sobre o uso da defesa pessoal, para salvar vidas e não entrar em confrontos desnecessários e também aula prática de defesa pessoal com técnicas de imobilização do agressor.
Durante o evento, as participantes tiveram a oportunidade de conhecer o projeto Medida Preventiva e aprender técnicas de defesa pessoal. Paula França, uma das participantes, enfatizou a importância do projeto, destacando: “Ele tem me ajudado a ter autoconfiança. Além da defesa pessoal, as palestras das advogadas nos esclarecem sobre nossos direitos. Sinto-me protegida, confiante, minha autoestima melhorou muito e agora tenho coragem para lutar por eles”.
A data do próximo evento para as mulheres que desejam aprender as técnicas de defesa pessoal, já está marcada e será em agosto. Quem deseja acompanhar sobre o projeto, só acessar o perfil no Instagram (@raizalopes.iat)
O que diz a justiça em relação a esses casos?
O advogado André Ferreira ressalta a importância de projetos como o Medida Preventiva para garantir o acesso à justiça e aos direitos das mulheres que enfrentam situações de violência doméstica. Ele destaca a necessidade de ampliar o suporte legal e psicológico oferecido, a fim de garantir um futuro sem violência e traumas para essas mulheres.
“As medidas protetivas de urgências são fundamentais para a proteção das mulheres, como também, para garantir um recomeço com a consciência de poder seguir tranquila e em paz. Todavia, é importante deixar claro que a Lei 11.340/2006 permite que já no primeiro momento, na denúncia, em uma delegacia, ao fazer o boletim de ocorrência, podem ser pedidas as medidas protetivas de urgência, que de imediato devem ser cumpridas, dando assim as mulheres a garantia de segurança e a esperança de um novo recomeço”.
O projeto Medida Preventiva continua seu trabalho árduo e necessário, oferecendo apoio, capacitação e esperança para as mulheres em situação de violência doméstica, visando construir uma sociedade mais segura e igualitária.
