Segundo Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, o governo federal prevê que o gasto com os juros da dívida neste ano chegue a R$ 680 bilhões. A informação foi divulgada durante uma entrevista sobre o novo Boletim Macrofiscal, nesta quarta-feira (19).
O número previsto ultrapassa a soma do orçamento de 2023 dos três maiores ministérios do governo: Desenvolvimento Social, Saúde e Educação. “É praticamente todo o gasto social do país”, afirmou Mello.
Durante a entrevista o secretário criticou as taxas de juros. “Isso tem impacto no nível de atividade, em particular a setores mais ligados ao mercado de crédito, como varejo, setor industrial, algumas partes do setor de serviços. Impacta também do ponto de vista das receitas, com menor renda disponível das famílias, menor lucratividade, e a arrecadação tende a desacelerar, dada a atividade dos setores, e isso representa impacto na trajetória de endividamento”, disse o secretário ao ressaltar também os efeitos da taxa no mercado de trabalho.