A violência doméstica é uma questão séria que assola a sociedade, e em busca de soluções para auxiliar mulheres vítimas desse problema, surge o Projeto Medida Preventiva. Idealizado pela instrutora de tiro Raiza Lopes, a iniciativa oferece cursos de defesa pessoal e capacitação profissional para mulheres em situação de violência doméstica ou não. Com o intuito de preparar as mulheres para o mercado de trabalho, o projeto tem como objetivo ajudar na reconstrução da vida dessas mulheres, proporcionando-lhes segurança e autonomia.
Para o advogado André Ferreira, cada vez mais as mulheres têm tido a coragem de buscar ajuda nesses casos e encontram nos clubes de tiros. “Tendo em vista a eminente situação do aumento de violências praticadas contra as mulheres, cada vez mais aumenta o número dessas mulheres que procuram meios para sua autodefesa, um destes meios são as buscas pelos clubes de tiro”, diz.
Raiza Lopes, que já atuava como instrutora de tiro, percebeu a necessidade de criar um projeto que oferecesse apoio e recursos para mulheres que buscavam autodefesa e proteção. Após vivenciar um relacionamento abusivo, ela compreendeu os desafios enfrentados por essas mulheres e decidiu criar um ambiente seguro e acolhedor para elas. O projeto foi concebido em Maceió, no mês de junho deste ano, e Raiza já está trabalhando para transformá-lo em uma lei, contando com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Alagoas.
“Eu já passei por um relacionamento abusivo e eu sei como é que é você ter medo de morar com uma pessoa. Então, dentro desse projeto, existe tanto a defesa pessoa, como existe o apoio psicológico, existe também a questão de saber sobre os seus direitos”, explica a instrutora de tiro.
O curso oferecido pelo Medida Preventiva é gratuito e abrange técnicas básicas de autodefesa, além de promover a consciência situacional, incentivando as mulheres a estarem sempre atentas ao ambiente ao seu redor para garantir sua segurança pessoal. As participantes também recebem orientações sobre seus direitos amparados pela Lei Maria da Penha, visando empoderá-las e evitar que se sintam inferiorizadas.
O instrutor de defesa pessoal William Pitbull tem desempenhado um papel fundamental no projeto, ensinando às mulheres golpes de autodefesa. “Em relação ao projeto, meu objetivo é passar para as mulheres os princípios básicos de combate, que elas possam evitar uma agressão, e se for preciso, agir para se defender e tira-las da posição de vítimas”, diz.
Além disso, a psicóloga Maria Juliana, integrante da equipe do Medida Preventiva, oferece suporte emocional e trabalha o fortalecimento da autoestima das participantes, auxiliando na superação da dependência emocional causada pelos abusos vivenciados. “É um trabalho voltado mais na questão da dependência emocional, causado por todos os abusos psicológicos, físicos e financeiros que viveram. Trabalhamos em conformidade com a particularidade de cada uma delas, para esse reencontro de cada uma com as mulheres que realmente são”, explica.
O projeto já conta com a participação de 40 mulheres e visa capacitar as participantes para que elas possam lidar com situações de abuso e, assim, prevenir a escalada para a violência.
O advogado André Ferreira destaca a importância de iniciativas como essa e enfatiza que as mulheres precisam conhecer seus direitos para não serem mais vítimas. “A prova dessa popularização é que até novembro de 2021, o Exército concedeu 1.162 novos registros por dia a Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs). Isso é mais do que o dobro dos 567 contabilizados diariamente no ano anterior, segundo dados levantados pelo portal Rede Brasil Atual.
Evento dia 15/07 – Em Defesa da Mulher: unidas por um futuro sem violência!
Onde: Caça & Pesca – Rua Santos Pacheco, 241 – Centro de Maceió
Horário: 15h
Onde se inscrever: através do WhatsApp (82) 9 8759-5380
Investimento: gratuito (vagas limitadas)
O Projeto Medida Protetiva surge como uma importante iniciativa para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica a encontrarem apoio, capacitação e recursos para se defenderem e reconstruírem suas vidas.
A advogada Erika Freire, que irá palestrar no dia do evento, destaca a importância da OAB que é a instituição responsável pelos direitos e garantias fundamentais do cidadão. “O projeto se propõe a assistir mulheres em suas diversas conjecturas, e uma delas é levando conhecimento, e a OAB vem cumprir seu papel orientador e de conscientização, cada vez mais perto da sociedade, fomentando a sororidade e fortalecendo as mulheres na busca de seus direitos com campanhas educativas e apoiando projetos importantes como esse”.