O Agora Alagoas ouviu, nesta sexta-feira (19), com exclusividade, o influenciador e empresário Kel Ferreti e sua defesa após a decretação de um novo mandado de prisão preventiva pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL). Segundo os advogados, a decisão causou surpresa, já que, na última quarta-feira (17), haviam sido julgados embargos de declaração no processo sem qualquer menção à retomada da prisão.
De acordo com a defesa, durante o julgamento dos embargos foram apontadas omissões e contradições no acórdão que analisou o recurso de apelação, mas em nenhum momento foi discutida a possibilidade de prisão preventiva. Ainda assim, no dia seguinte, a defesa tomou conhecimento da nova ordem de prisão por meio da imprensa, o que, segundo os advogados, demonstra vazamento interno e causa “estarrecimento” diante da postura adotada pelo Judiciário.
Os advogados afirmam que desde agosto vêm contestando as medidas cautelares impostas a Kel Ferreti, sustentando que elas foram determinadas de forma irregular e mais severas do que o próprio regime de cumprimento da pena. A defesa lembra que a condenação inicial de 10 anos foi redimensionada para 7 anos e 8 meses, o que fixaria o início do cumprimento da pena em regime semiaberto, enquanto as cautelares impostas teriam sido mais rígidas do que esse regime.
Ainda segundo a defesa, Kel Ferreti possui registros que comprovam que todos os seus deslocamentos foram comunicados às autoridades e que, sempre que houve falhas na tornozeleira eletrônica, as ocorrências foram devidamente justificadas. A equipe do Agora Alagoas teve acesso a esses registros, incluindo comunicações feitas mesmo quando o influenciador estava em casa, dormindo com os filhos.
Outro ponto destacado é que, conforme a defesa, não houve qualquer contato entre Kel Ferreti e a suposta vítima. Os advogados afirmam que, nos episódios em que o botão do pânico foi acionado, Kel estaria em sua loja, e que seria a própria vítima quem teria se aproximado do raio monitorado, o que, segundo a defesa, afastaria os requisitos legais para a prisão preventiva.
A advogada Amanda Montenegro afirmou acreditar que há uma perseguição contra o influenciador. Segundo ela, o processo teria tramitado de forma atípica e acelerada. “Quem atua diariamente na área criminal sabe que processos não são julgados no tempo em que o dele foi”, declarou, informando ainda que já está adotando medidas junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a outros órgãos competentes.
Já o Tribunal de Justiça de Alagoas informou que a prisão foi decretada sob o argumento de descumprimento de medidas cautelares, incluindo o acionamento do botão de pânico por três vezes e a mudança de endereço sem comunicação ao juízo. Com a nova decisão, o TJAL revogou as cautelares e determinou novamente a prisão preventiva de Kel Ferreti, além de suspender qualquer guia de execução provisória, por se tratar de prisão cautelar e não de início do cumprimento da pena.
