19 de dezembro de 2025
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Reportagem Asa Branca detalha esquema que teria desviado R$ 100 milhões da Saúde de Alagoas

Uma reportagem exibida pela TV Asa Branca Alagoas, nesta quarta-feira (17), revelou detalhes de um suposto esquema de corrupção dentro da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), investigado pela Polícia Federal, que teria desviado cerca de R$ 100 milhões em recursos do SUS.

Segundo a emissora, documentos obtidos com exclusividade mostram que a investigação teve início após uma denúncia anônima sobre grande movimentação de dinheiro em espécie. A partir disso, a PF passou a apurar uma rede de corrupção ligada ao programa Mais Saúde Especialidades.

De acordo com a Polícia Federal, o secretário de Saúde Gustavo Pontes de Miranda é apontado como líder do esquema. Ele foi afastado do cargo por 180 dias por determinação judicial no curso das investigações.

Os documentos divulgados pela TV Asa Branca indicam ainda que a fisioterapeuta Andreia Araújo Cavalcante é apontada como uma das beneficiárias do esquema. A PF cita a existência de um depósito via Pix no valor de R$ 50 mil, feito para Andreia, que chamou a atenção dos investigadores por coincidir com o início dos repasses da Sesau ao Núcleo de Ortopedia e Traumatologia (NOT).

Segundo a apuração exibida pela emissora, Andreia ocupava cargo comissionado na Assembleia Legislativa de Alagoas e apresentaria padrão de vida incompatível com a renda declarada. A PF afirma que ela é proprietária de uma pequena loja em Brasília, mas reside em um imóvel de alto padrão avaliado em mais de R$ 1,5 milhão.

Os documentos apontam que o pagamento de R$ 50 mil teria sido feito pelo médico Reinaldo Fernandes Júnior, sócio-administrador do NOT, clínica privada com sede em Maceió e um dos alvos da Operação Estágio IV, deflagrada na terça-feira (16).

De acordo com a Polícia Federal, Reinaldo Fernandes seria o responsável por operacionalizar o desvio de recursos do SUS para Gustavo Pontes de Miranda. A investigação aponta ainda que ambos teriam sido sócios no NOT até cerca de um mês antes da clínica ser incluída no programa federal.

A PF sustenta que, já no cargo de secretário, Gustavo Pontes autorizou a entrada da empresa no Mais Saúde Especialidades sem que toda a documentação exigida tivesse sido apresentada, e que a clínica continuou atendendo o programa em condições consideradas precárias.