Um mês após o assassinato do médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, em Arapiraca, a médica Nádia Tamyres Silva Lima foi solta por decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas. A revogação da prisão preventiva foi determinada pelo desembargador Ivan Vasconcelos Brito Júnior, em decisão monocrática concedida em habeas corpus.
Nádia estava presa desde 17 de novembro, quando teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, sob a acusação de homicídio qualificado. Na decisão, o relator considerou que a prisão foi decretada com base apenas na gravidade abstrata do crime, sem fundamentação concreta que justificasse a manutenção da custódia.
O desembargador destacou que o caso possui circunstâncias específicas, como o histórico de conflitos do casal, registros de violência doméstica atribuídos à vítima e o suposto descumprimento de medidas protetivas. Para o magistrado, não há elementos que indiquem risco atual à ordem pública, sobretudo porque o conflito teria tido como alvo exclusivo a própria vítima, já falecida.
A decisão também levou em conta o fato de a médica ser ré primária, possuir residência fixa, vínculos profissionais estáveis e não ter tentado fugir após o crime. Com isso, a Justiça entendeu que medidas cautelares diversas da prisão seriam suficientes.
Com a soltura, Nádia Tamyres deverá cumprir determinações judiciais, como comparecimento mensal em juízo, proibição de sair da comarca sem autorização, impedimento de conceder entrevistas ou se manifestar publicamente sobre o caso e obrigação de comunicar eventual mudança de endereço.
O processo segue em tramitação, agora sob análise do Ministério Público, enquanto a investigada responde em liberdade, exatamente um mês após o crime que chocou Arapiraca.









