Mulheres de todo o país realizam, neste domingo (7), uma série de atos públicos em protesto contra o aumento dos feminicídios e das diversas formas de violência que ameaçam a liberdade, a segurança e a vida das brasileiras. As mobilizações, convocadas por coletivos, movimentos sociais e organizações feministas, buscam romper o silêncio, exigir justiça e afirmar que a sociedade não tolerará mais a impunidade. O lema que ecoará nas ruas é direto: “Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas.”
As manifestações ocorrerão em diferentes capitais: em São Paulo, a concentração será às 14h, no Masp; no Rio de Janeiro, às 12h, em Copacabana; em Belo Horizonte, às 11h, na Praça Raul Soares; em Brasília, às 10h, na Feira da Torre de TV. Também haverá atos em Curitiba, Manaus, Campo Grande, São Luís, Teresina e outras cidades. Em Maceió, a mobilização está marcada para as 15h, na Praça Sete Coqueiros, sob o chamado “Vamos juntas!”, reunindo mulheres e homens pelo fim da violência.
A onda de indignação ganhou força após crimes recentes que chocaram o país. Na sexta-feira (5), o corpo carbonizado da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, foi encontrado em Brasília; o caso é investigado como feminicídio após a confissão do soldado Kelvin Barros da Silva. Em novembro, Tainara Souza Santos teve as pernas mutiladas ao ser atropelada e arrastada por um quilômetro; o motorista responde por tentativa de feminicídio. No Rio de Janeiro, duas servidoras do Cefet-RJ foram mortas a tiros por um funcionário que se suicidou em seguida.
Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, 3,7 milhões de mulheres sofreram violência doméstica no último ano. Em 2024, o país registrou 1.459 feminicídios — uma média de quatro mulheres mortas por dia. Em 2025, já são mais de 1.180 vítimas e quase 3 mil atendimentos diários pelo Ligue 180, conforme dados do Ministério das Mulheres.
Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu uma grande mobilização nacional contra a violência de gênero e cobrou dos homens um posicionamento para ajudar a transformar a cultura de agressões que atinge as brasileiras.










