Dados de julho de 2025 revelam um cenário preocupante no mercado de trabalho brasileiro: dez estados registram número maior de beneficiários do Bolsa Família do que de trabalhadores com carteira assinada. O levantamento é resultado do cruzamento de informações do CAGED com registros do Ministério do Desenvolvimento Social.
Todos os estados nessa condição estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste, evidenciando desigualdades históricas, desemprego estrutural e forte dependência de programas de transferência de renda. O quadro socioeconômico reflete décadas de dificuldade para atrair investimentos, gerar empregos sustentáveis e reter mão de obra qualificada.
O caso mais extremo é o do Maranhão, onde há 1,77 beneficiário do programa social para cada trabalhador formal. No extremo oposto, Santa Catarina apresenta a melhor proporção do país: cerca de 12 empregos com carteira assinada para cada pessoa atendida pelo programa.
Especialistas ressaltam que o problema não está no programa social, considerado essencial para a sobrevivência de milhões de famílias, mas na ausência de políticas públicas eficazes de desenvolvimento econômico e geração de renda duradoura nas regiões mais vulneráveis.
Enquanto isso, estados do Sul e Sudeste, como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro, mantêm altos índices de formalização e menor dependência proporcional de programas assistenciais, ampliando ainda mais o contraste regional.










