8 de dezembro de 2025
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Cientistas descobrem como “desligar” neurônios que podem acionar ansiedade no cérebro

Pesquisadores do Instituto de Neurociencias, em San Juan, na Espanha, identificaram um grupo específico de neurônios na amígdala, região crucial para o processamento das emoções que, quando ficam mais excitáveis do que o normal, desencadeiam comportamentos claros de ansiedade. A descoberta, publicada em junho na revista iScience, aprofunda a compreensão sobre os circuitos cerebrais que regulam o medo e o estado de alerta.

O estudo revelou que o gene GRIK4, responsável pela produção da proteína GluK4, altera o “tom elétrico” desses neurônios, deixando-os hiperativos e empurrando o cérebro para um estado de vigilância exagerada. Esse desequilíbrio, segundo os cientistas, pode estar diretamente ligado ao aparecimento de comportamentos ansiosos.

A investigação começou com testes em camundongos modificados geneticamente para superexpressar o gene GRIK4. Esses animais exibiram sinais típicos de ansiedade: evitavam ambientes abertos e iluminados, tinham menor interação social e apresentaram desempenho reduzido em testes de reconhecimento de objetos. Esses comportamentos acenderam o alerta para um possível mecanismo biológico por trás da ansiedade.

De acordo com os autores, a proteína GluK4 aumentava a excitabilidade dos neurônios da amígdala, intensificando o fluxo de sinais elétricos no circuito emocional. O achado abre caminho para novas pesquisas que possam levar ao desenvolvimento de terapias mais precisas, focadas em modular a atividade desses neurônios e aliviar sintomas de transtornos ansiosos.