Pesquisadores do Instituto de Neurociencias, em San Juan, na Espanha, identificaram um grupo específico de neurônios na amígdala, região crucial para o processamento das emoções que, quando ficam mais excitáveis do que o normal, desencadeiam comportamentos claros de ansiedade. A descoberta, publicada em junho na revista iScience, aprofunda a compreensão sobre os circuitos cerebrais que regulam o medo e o estado de alerta.
O estudo revelou que o gene GRIK4, responsável pela produção da proteína GluK4, altera o “tom elétrico” desses neurônios, deixando-os hiperativos e empurrando o cérebro para um estado de vigilância exagerada. Esse desequilíbrio, segundo os cientistas, pode estar diretamente ligado ao aparecimento de comportamentos ansiosos.
A investigação começou com testes em camundongos modificados geneticamente para superexpressar o gene GRIK4. Esses animais exibiram sinais típicos de ansiedade: evitavam ambientes abertos e iluminados, tinham menor interação social e apresentaram desempenho reduzido em testes de reconhecimento de objetos. Esses comportamentos acenderam o alerta para um possível mecanismo biológico por trás da ansiedade.
De acordo com os autores, a proteína GluK4 aumentava a excitabilidade dos neurônios da amígdala, intensificando o fluxo de sinais elétricos no circuito emocional. O achado abre caminho para novas pesquisas que possam levar ao desenvolvimento de terapias mais precisas, focadas em modular a atividade desses neurônios e aliviar sintomas de transtornos ansiosos.









