Diante das pesquisas eleitorais para a prefeitura de Maceió apresentadas nos últimos meses, a soma do percentual de pontos de todos os nomes sondados pelo MDB não ameaça a vantagem do líder na opinião popular e candidato à reeleição, JHC (PL). Para muitos emedebistas, a solução encontrada é o lançamento do senador Renan Calheiros para a disputa majoritária da Capital.
Renan (o pai) é o único com capacidade eleitoral de melhorar os números do seu grupo político, que tem se esforçado para viabilizar uma candidatura que possa ao menos levar o pleito municipal para o segundo turno. Além disso, o senador não tem nada a perder, pois seu mandato encerra apenas em 2026. Contudo, caso confirmada, a candidatura pode acabar expondo algumas feridas ainda não cicatrizadas.
O senador alagoano já virou destaque na mídia nacional por ter supostamente praticado uma lista quilométrica de crimes – como corrupção e lavagem de dinheiro – e acumular 25 processos no Superior Tribunal Federal (STF) ao longo de sua trajetória de 26 anos no Senado Federal. Os inquéritos vão de crimes contra a honra até os conhecidos inquéritos por corrupção nas operações Lava Jato, Zelotes e no âmbito da Postalis, o instituto de previdência dos Correios.
Muitos ainda se lembram do “Renangate”, em 2016, quando o STF acolheu denúncia por peculato. À época, o alagoano foi acusado de receber ajuda financeira de lobistas ligados a construtoras, que teriam pago despesas pessoais, como o aluguel de um apartamento e a pensão alimentícia de uma filha com a jornalista mineira Mônica Veloso.
Entre altos e baixos, Renan Calheiros se mostra disposto a não encerrar sua carreira política nos próximos anos. Para isso, resta saber se o senador está disposto a ter sua ficha corrida ressuscitada, já que a disputa pela prefeitura de Maceió tem um histórico marcado por troca de fortes acusações. Para quem tem um extenso telhado de vidro, essa pode não ser uma boa opção.
Fonte: AL102