8 de dezembro de 2025
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Justiça absolve réus do caso Ninho do Urubu e decisão revolta familiares das vítimas

A Justiça do Rio de Janeiro absolveu, nesta terça-feira (21), os sete réus que ainda respondiam pelo incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, que deixou dez jovens mortos em 2019. O juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal, considerou improcedente a denúncia do Ministério Público, afirmando que não houve provas suficientes para estabelecer culpa penal ou relação direta entre as ações dos acusados e a tragédia.

O incêndio ocorreu em 8 de fevereiro de 2019, em contêineres usados como alojamento para jogadores da base do clube, que funcionavam sem alvará e em condições irregulares. As vítimas, adolescentes entre 14 e 16 anos, morreram após o fogo se espalhar rapidamente, enquanto outros três atletas ficaram feridos. O episódio chocou o país e levantou questionamentos sobre a responsabilidade do Flamengo e a falta de fiscalização nas categorias de base.

A decisão judicial gerou forte reação entre familiares das vítimas, que classificaram a absolvição como “uma afronta à memória dos meninos”. Pais e mães voltaram a pedir justiça e afirmaram que continuarão lutando para que os responsáveis sejam punidos. A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) anunciou que vai recorrer da sentença.

Mesmo com a absolvição em primeira instância, o caso segue repercutindo no meio esportivo e jurídico. O Ministério Público deve recorrer, buscando reverter a decisão e garantir novas investigações. Seis anos após a tragédia, as famílias ainda esperam por respostas e reforçam o apelo para que situações semelhantes não voltem a se repetir no futebol brasileiro.