Um paciente de São Paulo tornou-se o sétimo no mundo a eliminar sinais do HIV do corpo, segundo pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O avanço foi alcançado por meio de uma terapia combinada inovadora, que despertou o vírus latente e permitiu sua erradicação, sem a necessidade de transplantes.
O tratamento incluiu o coquetel tradicional de medicamentos, acrescido de três outros fármacos, além de uma vacina personalizada desenvolvida a partir do próprio vírus do paciente, modificada em laboratório. Após a terapia, o paciente permaneceu saudável e livre de medicação por dois anos, sem sinais do vírus no sangue e sem anticorpos detectáveis contra o HIV.
Segundo o infectologista Ricardo Sobhie Diaz, líder da pesquisa, o grande diferencial da abordagem é a capacidade de “acordar” o HIV dormente em locais do corpo de difícil acesso, permitindo que o sistema imunológico identifique e elimine o vírus. A estratégia representa uma forma de remissão funcional, na qual a atividade viral pode ser controlada e neutralizada.
Além de abrir caminhos para novas terapias personalizadas, a descoberta tem implicações significativas para a saúde pública, indicando possibilidades de tratamentos mais eficazes e seguros. A pesquisa também reforça a necessidade de ampliar o acesso a tecnologias inovadoras de prevenção e manejo do HIV, oferecendo esperança a mais de 800 mil brasileiros afetados pela doença.













